Tipos de Exportação e as principais diferenças com o Mercado Externo

Antes de exportar, o empresário tem que ter em mente as grandes diferenças entre o mercado interno e o externo. Muitas vezes, achamos que a precificação da exportação é uma simples divisão do valor em reais por dólar, quando na realidade, a sistemática é outra.

Acreditamos que a maiores diferenças está na questão de idioma e cultura apenas. As diferenças entre o mercado interno e externo podem ser encontradas em questões como a natureza do mercado, as diferenças nos tipos de exportação e referentes às moedas, as barreiras aduaneiras, restrições, logística, além das distâncias.

Dentre as diversas diferenças, pode-se destacar a questão logística. Por mais que um sistema logístico eficaz seja importante para a integração da cadeia de suprimentos do mercado interno, ela é primordial para o sucesso da cadeia internacional, pois lida com diversos cenários políticos, econômicos, sociais e culturais, além das distâncias, variação de demanda e pluralidade de documentos. 

De acordo com que temos vivido na exportação nas últimas décadas, as maiores diferenças e barreiras entre o mercado doméstico e internacional podem ser destacadas abaixo:

• Distâncias

Enquanto a logística doméstica limita-se ao território nacional, a logística internacional não tem fronteiras. Com a globalização é possível comercializar com países de qualquer parte do mundo.

• Tempo de trânsito

Devido às maiores distâncias, o tempo de trânsito em operações globais é consideravelmente maior que em operações domésticas. A decisão logística de escolha de modal influenciará diretamente os prazos das operações.

• Ciclo de atividades

Entendida como duração do ciclo total da atividade de importação ou exportação, é uma das principais diferenças entre as operações domésticas e internacionais. O aumento do ciclo de atividades é motivado pelos atrasos de comunicação, exigências financeiras, requisitos especiais de embalagem, programação de frete entre países, tempo em trânsito lento e desembaraço aduaneiro. Os ciclos de atividades na logística internacional são mais longos, menos consistentes e menos flexíveis do que nas operações domésticas típicas.

• Idioma

Considerado como uma das barreiras ao desenvolvimento do comércio, a comunicação nas cadeias logísticas internacionais aumenta sua complexidade à medida que esbarra com idiomas diferentes em diversos países.

• Documentação

De forma geral, as operações domésticas são amparadas por nota fiscal e conhecimento de transporte que deverão seguir com a mercadoria desde o ponto de origem até o ponto de destino. Operações de importação e exportação demandam uma gama maior de documentos, variando conforme a legislação do país de origem e destino. Os principais documentos de uma exportação são: Pro-Forma Invoice, Fatura Comercial, Packing List e Conhecimento de Embarque. 

• Características Técnicas

Diversos países com diferentes legislações demandam exigências técnicas diferentes. Em operações de exportação, há necessidade de se verificar as exigências específicas de cada país de destino. Em muitas operações haverá necessidade de alterações técnicas para cumprimento da legislação vigente.

• Regulamentação

Além de contar com o controle e interferência de órgãos domésticos, as operações de importação e exportação ainda estão sujeitas ao controle aduaneiro dos órgãos alfandegários. Este fato faz com que aumente a burocracia, ciclo de processo e incertezas na logística internacional.

• Grande variação de produtos e serviços

Com a globalização o mercado mundial tornou-se acessível à toda e qualquer empresa. Com isto aumentou-se a opção de fornecedores, produtos e clientes.

• Integração de sistemas – Existe uma dificuldade de integração dos sistemas na logística internacional, enquanto há maior controle nas operações domésticas.

• Mercados e concorrência – Em mercados externos há restrições de entrada de alguns produtos, pouca disponibilidade de informação, além da divergência de preços e ampla concorrência.

• Barreiras financeiras – No exterior as diferenças se encontram nas taxas de câmbio e complexidade de políticas governamentais, além do tempo envolvido no faturamento e pagamento, e diferença na emissão de recibos e outros documentos.

• Canais de distribuição – Comparando os dois mercados há diferença de padronização de veículos e diferenças em equipamento de movimentação e similares.

O que é exportação?

A exportação compreende a saída temporária ou definitiva em território nacional de bens os serviços originários, ou procedentes do país, a título oneroso ou gratuito. E temos vários tipos de exportação que seguem abaixo:

Exportação Formal

A Exportação Formal é aquela realizada por meio do Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior da Receita Federal) e normalmente tem a utilização de um despachante aduaneiro. Devem ser elaborados os documentos de exportação para a análise junto à Receita Federal.

A exportação formal é exigida nos seguintes casos: mercadorias para revenda e comercialização.

Exportação Informal

Por outro lado, a Exportação Informal é aquela que não utiliza o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior da Receita Federal). Normalmente utilizada para o envio de amostras ou pequenas remessas.

Pode ser também definida como a modalidade de exportação via courier, mas que não passa pela etapa do desembaraço aduaneiro. São pequenas encomendas realizadas pelos Correios ou empresas Courier (DHL, Fedex, UPS e outros).

Exportação Direta x Exportação Indireta 

Exportação Direta

A Exportação Direta é aquela realizada pela empresa exportadora em contato direto com a empresa compradora no exterior, sem a interferência de intermediários. Nessa modalidade é utilizado o Radar (Habilitação para a exportação junto à Receita Federal) do Exportador.

Principais vantagens e desvantagens da Exportação Direta

Destacamos as principais vantagens e desvantagens da Exportação Direta

Vantagens

• Desenvolvimento de contato direto com potenciais compradores no exterior;
• Facilidade para negociação de preços;
• Definição logística com margem para redução de custos;
• Desenvolvimento de equipe interna de exportação;
• Maior controle da operação.

Desvantagens

• Possível perda do poder de barganha junto aos compradores internacionais;
• Provável desconhecimento dos mercados compradores;
• Provável maior dificuldade de comunicação com potenciais clientes no exterior;
• Falta de histórico nos tipos de exportação;
• Desconhecimentos dos procedimentos, custos e legislação de exportação.

Exportação Indireta

A Exportação Indireta, por outro lado, pressupõe a intermediação da negociação por uma Trading Company. Esta seria responsável por realizar o contato com a empresa compradora e por realizar todo o processo de desembaraço aduaneiro na Receita Federal.

Principais vantagens e desvantagens da Exportação Indireta

Destacamos as principais vantagens e desvantagens da Exportação Indireta

Vantagens

• Utilização do possível poder de barganha da Trading;
• Possível conhecimento do mercado comprador;
• Facilitação na comunicação e negociação;
• Conhecimentos dos processos burocráticos nos tipos de exportação.

Desvantagens 

• Perda de controle do processo de exportação;
• Falta de contato direto com o comprador no exterior;
• Possível aumento de prazos no processo de exportação;
• Inflexibilidade logística.

Principais diferenças entre a Exportação Direta e Indireta

Abaixo algumas características que diferencia os tipos de exportação:

Exportação Direta

• Maior flexibilidade na negociação, pois o exportador está em contato direto com o potencial cliente no exterior;
• Maior controle da operação, pois todas as informações passam pelo exportador;
• Contato direto com potenciais clientes no exterior;
• Menor custo com a exportação, por não ter intermediários.

Exportação Indireta

• Poder de barganha por parte da Trading que tem contato com o mercado comprador;
• Conhecimento do mercado pela Trading;
• Facilitação de comunicação com o potencial cliente;
• Conhecimento do processo de exportação por parte da Trading.

Dica do especialista

 Independentemente da forma de exportação escolhida, o empresário tem que encabeçar o processo de exportação, no sentido de vender o seu produto, a sua empresa e os seus valores para o mercado externo. Devemos valorizar tudo aquilo que temos de positivo na empresa (Forças) e fazer com que tudo isso chegue até os potenciais clientes no exterior.