A importação mais comum, e também a que tem maior potencial para redução de custo, é a importação de peças e partes.
Como você deve ter notado da nossa série como importar, focando no segmento agrícola, falamos sobre rolamentos, partes de pulverizadores e produtos similares. Isso porque tais itens em geral são bastante importáveis. Mas nem sempre eles estão na sua curva ABC.
Em muitos casos, a indústria acaba por produzir algumas partes e peças que irá compor o produto final. Nesse caso, a empresa deve se perguntar: é interessante produzir ou comprar? E a importação de peças e partes pode ser uma solução para essa pergunta.
Outra questão é que é muito comum que algumas peças sofram diversos tipos de tratamento ou montagem ao longo de sua cadeia produtiva, e ainda mais comum é que as empresas fornecedoras do Brasil importem a matéria prima e produzam internamente peças.
Mas afinal, quando é vantajoso a importação de peças e partes?
Neste post vamos te ajudar a responder esta questão, e apresentar as vantagens que tal estratégia pode te propiciar.
Saiba que, definitivamente passam pela análise de cenários de custo de importação.
Supondo que sua empresa já tenha feito uma Análise de Viabilidade de Importação. você saberá qual o valor unitário em que cada item importado sairia.
No entanto, a viabilidade se pauta num comparativo, das condições atuais com o que poderia se tornar por meio da importação.
No caso de produtos comprados internamente no Brasil, a conversão é direta, comparando o valor de Nota Fiscal de Compra no mercado interno com o custo total de importação.
Mas quando parte da produção é feita internamente na sua empresa, esse processo de visualização de custo não é tão simples, e frequentemente, empresas não tem a mínima ideia do valor real de cada item fabricado.
Segundo o IBEC (Instituto Brasileiro de Engenharia de Custo), a composição do preço unitário é a soma de:
Ainda um pouco abstrato, certo?
E se eu disser que é muito provável que você tenha estes dados em mãos, elaborados com outras finalidades. Observe.
Pense qualitativamente: quanta mão de obra, espaço, ferramentas, reparos, manutenções deixarão de ser necessárias caso a importação forneça o produto com um grau de acabamento melhor, ou ainda, uma solução pronta.
Se estas variáveis entram como despesas atualmente, devem ser somadas ao valor da matéria prima para formar seu preço de comparação.
Ainda que um valor exato não seja exatamente possível, definir as margens e um preço target realista para a importação é o primeiro passo para visualizar oportunidades.
Este trabalho na informação te garantirá bastante segurança na sua tomada de decisão.
Mas, e se seu projeto sequer seja realidade ainda, de um produto novo. Como a importação de peças e partes podem te ajudar?
Ou seja, a marcação da logo da sua companhia na carcaça de um rolamento, ou peças personalizadas com a cor da sua empresa.
Tais mudanças visuais são sim significativas, e acrescentam valor agregado ao produto, pois trabalham em atributos valorativos únicos da marca.
Mas não é só no aspecto estético que as importações podem performar, mas também na utilidade de um produto.
Vamos supor que sua empresa trabalha na área de construção, e atualmente produz capacetes de proteção.
Aí, sua equipe de projetos identifica que existe espaço no mercado para um capacete que identifica a quantidade baixa de luz do ambiente, e então, acende automaticamente uma lanterna para ajudar no trabalho dos construtores.
Então, pensaram em importar lotes de lâmpadas da China, mas ao fazer uma análise inicial, descobriram que os custos fixos da importação a inviabilizariam. Fim do projeto, certo? Não necessariamente.
Comprando no mercado interno, essa solução ainda assim sairia acima do preço target de entrada, nada está resolvido.
Por que não importar também o sensor, ou até a carcaça do dispositivo?
Isso aumentaria o volume de produtos, diluindo os custos fixos da importação, e de quebra, permitindo uma parceria com fornecedores que podem te garantir estoque e qualidade constante de produtos.
Redução de custo, nova solução e projeto viável.
A lição que nosso exemplo hipotético traz é ótima, mas e no segmento agrícola, essa abordagem funciona?
A resposta é sim, e para demonstrar, vamos falar de cases de sucesso dos quais fizemos parte.
Nosso primeiro caso é de um cliente gigante no fornecimento de peças de aço tratado em todo o país, que não costumava pensar na importação como ferramenta primária para redução de custos.
Afinal, a empresa não tinha uma demanda significativa dos itens “importáveis”, como rolamentos, correntes ou equipamentos elétricos.
Porém, seu time de projetos apresentou um cenário promissor: “por que não importar o material bruto direto da China?”
Afinal, a empresa tem demanda, e boa parte do material é importado indiretamente.
Assim, nos contataram, e a análise inicial do projeto então foi realizada.
Infelizmente, esse tipo de produto bruto é comprado em quantidades enormes, e como em geral ocorre para commodities, seu valor é fixado em mercado.
Foi um dos projetos mais significativos em que tivemos de trabalhar soluções pensando na importação de peças e partes, ao invés de focar no produto bruto.
O fornecedor do material na China, então nos indicou uma empresa parceira que fazia o tratamento parcial das peças, que era, até então feito aqui no Brasil.
E aqui entra o primeiro tópico que abordamos no artigo: Como comparar esse produto trabalhado que não é vendido no Brasil, com o importado? Utilizando as variáveis internas.
Colocando na ponta do lápis a estimativa de redução com as variáveis que já citamos, o produto trabalhado era muito competitivo.
Isso permitiu ao cliente uma redução de custo fixo, ou seja, a operação como um todo se beneficiou.
Sem mencionar as vantagens competitivas, como foco no remanejamento de pessoal especializado em soluções de materiais, projetos e usinagem.
Definitivamente aniquilando qualquer chance de um concorrente disputar no mercado.
Mas nem sempre as oportunidades estão escondidas nos meios de produção, mas em produtos complementares.
Imagine que você precisa de um motor elétrico que alimentado com 12V, entregue um leque de rotação variável com mínimo e máximo estabelecido para a sua semeadora.
Agora imagine que o produto no mercado interno é caro e em sua versão de 12V, não atinge a rotação máxima por falta de potência, e para a versão de 24V a rotação mínima é baixa demais e o motor trepida.
Nosso cliente, assim como nós, focou na solução primária da importação direta, trazer redução de custo.
Então, desenvolvemos um fornecedor incrível, e após testes, suas amostras foram homologadas com excelente desempenho.
Era um bom projeto, trazia redução, mas ainda não solucionava o problema central, o da rotação para a semeadora, porque por padrão o mercado mundial fabrica motores para 12 e 24V.
Aí entrou uma parte fundamental do desenvolvimento de fornecedores.
O fornecedor desenvolvido também entrou no projeto de cabeça, e intermediando as informações, enviamos amostras do nosso motor a eles.
Após explicar todo o contexto, o engenheiro responsável do nosso fornecedor sugeriu que nosso cliente testasse o motor numa tensão intermediária, nem 12 nem 24 V no motor mais potente.
O resultado foi excelente, o motor respondeu bem, mesmo sendo alimentado com uma tensão mais baixa que os 24 V. Solução de um lado, uma nova dificuldade do outro.
Todos veículos no Brasil, incluindo tratores, tem seu circuito elétrico alimentado com 12V, e nosso motor precisava de mais que isso.
Qual solução encontramos em conjunto? Desenvolver conversores de tensão importados, garantindo a tensão que o motor precisava, a um preço acessível.
O próprio fornecedor de motores indicou um fornecedor de conversores de ótima qualidade.
Resultado:
um excelente projeto foi realizado, trazendo melhorias não só quantitativas, como também qualitativas, com soluções trabalhadas colaborativamente, o que reforça tudo aquilo que a gente prega aqui no blog.
O caminho nem sempre é óbvio, mas a melhoria é pensada continuamente. As melhores oportunidades geralmente estão escondias em uma necessidade que é vista como problema.
Para sermos justos, tais dificuldades geralmente não elegem apenas uma empresa, mas são comuns em todo o mercado.
Assim, para reduzir os riscos de se tornar menos competitivo, soluções como as apresentadas aqui são fundamentais.
A importação de peças e partes é inegavelmente um mundo de oportunidades a ser explorado.
Afim de te ajudar a se aproveitar de tais circunstâncias, te mostramos como começar seu desenvolvimento de um projeto rentável de importação, seja para a produção ou para o mercado de reposição.
Ainda, passamos pela série como importar, trazendo em detalhe o processo de importação de alguns produtos.
E hoje, finalizamos essa série, buscando mostrar que da perspectiva empreendedora, a persistência e análises redirecionadas aumentam ainda mais a probabilidade de conversão e sucesso.
Isso porque, é justamente no momento da primeira negativa, que algumas empresas desistem.
Mas os negócios são assim, seja nas vendas, produção ou distribuição, existe uma constante: imprevistos, afinal, não estamos no controle de tudo.
Dessa maneira, é preciso criatividade e resiliência para contornar as dificuldades do processo. Os cases de sucesso só foram possíveis porque nós e nossos clientes focamos em soluções.
Isso tudo porque, o mercado está sempre em adaptação, buscando as melhores opções. Assim, para não ter que correr atrás do prejuízo, é preciso se mexer.
Então, quando falamos de competitividade, falamos da necessidade de uma cadeia de produção bem encaixada, de produtos no tempo certo, com a qualidade certa, porque a confiança em uma marca vem com o tempo, combinado com seus acertos.
E é só buscando o melhor, que um negócio consegue se destacar.
E aí, já pensou no seu próximo projeto para reduzir custos, e consolidar ainda mais sua empresa?
Quando quer que seja, conte com a gente.
Conselho do especialista: muitas vezes os importadores colocam o foco em produtos que não tem tanta margem para a importação. Comece a olhar com mais carinho para partes e peças, não somente para o produto que sairá da linha de produção, mas também para o mercado de reposição. Ai pode estar uma grande oportunidade de negócio.
Questione, aja e conquiste.
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