Se o assunto é Comércio Internacional, a falta de experiências e conhecimento sobre a área pode ser um problema. São comuns os erros ao exportar e importar.
Ao longo desses últimos anos, acumulamos cases que ajudarão a você evitar algumas armadilhas. Normalmente os erros resultam em:
• Atrasos;
• Multas;
• Custos extras;
• Insatisfações;
• Perda do produto;
• E até mesmo fechamento da empresa importadora e exportadora.
Abaixo estão detalhados e comentados os principais erros ao exportar e importar.
Em busca do aumento da competitividade das importações, as empresas buscam barganhar melhores preços com seus fornecedores e acabam não levando em consideração a questão da qualidade dos produtos. Como diz o mercado, “chinês faz qualquer negócio”. Peça e terá. Contudo, é necessário ter cuidado com a barganha de preços na importação. A redução de custo pode vir junto com a baixa da qualidade.
Como exemplo, podemos citar o caso de uma empresa importadora de corrente transportadora que se surpreendeu ao receber um lote de produtos com baixa qualidade, após um pedido de redução de 30% do valor FOB. O principal componente que indica a vida útil do produto (e, por consequência, o mais caro na composição do custo para o fornecedor), foi mudado.
Outros exemplos:• Produtos de aço – mudança da composição do aço• Rolamento – mudança do material e da graxa• Fio de cobre e alumínio – impurezas na composição
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Negocie a redução e custo baseado em um plano de importação. Coloque na mesa de negociação o potencial de compras nos próximos 12 a 18 meses (intenção e compra) e solicite melhores condições de preços. Certifique-se sobre a qualidade do produto, incluindo na operação uma inspeção antes do embarque, se necessário (atentar ao custo não ficar mais que a redução negociada).
Muitos empresários e empreendedores são seduzidos por “grandes oportunidades” de importação de produtos com poucos players no mercado. Como exemplo, podemos citar o caso do papel A4. Esse é um mercado dominado por poucas empresas no mundo. Ao se deparar com uma situação dessa maneira, é necessário se perguntar se está diante de uma oportunidade ou de uma armadilha.
Os grandes players podem dominar o mercado e com um simples movimento estratégico de mudança de preços, acabam com qualquer concorrência. A viabilidade da importação de um produto deve levar em consideração aspectos mais amplos de um plano de negócio, passando por uma pesquisa detalhado de mercado e de possíveis barreiras para entrada de novos players.
Outros exemplos• Commodities• Produtos com controles específicos de órgãos governamentais• Produtos químicos
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Visite os locais de vendas dos produtos que deseja importar e verifique na marcação do produto a origem e fabricante. Busque na internet o contato de Câmaras de Comércio ou Embaixadas (de acordo com os países de origem indicados na embalagem) que possam ajudar no contato com potenciais fornecedores desses produtos. Se possuir o contato de pessoas que trabalham com o produto, pergunte quantos novos fabricantes ou importadores os visitam por mês para oferecer os produtos e em quais condições.
Antes mesmo de ter uma empresa estabelecida ou a habilitação para a importação – o Radar – os aspirantes a importadores se antecipam e acabam fazendo o pagamento ao fornecedor por empresa diferente da que importará ou até mesmo por meio de pessoa física. Apesar da legislação de câmbio prever algumas situações sem a necessidade de controle estrito da questão cambial, é recomendável que o importador aguarde a empresa estar estabelecida com o Radar ativo para poder fazer o pagamento ao seu fornecedor.
Lembrando que a empresa poderá pagar o fornecedor por meio de contrato de câmbio, normalmente por meio do banco ou casa de câmbio, ou por cartão de crédito. Nesse último caso, deverá ser um cartão corporativo em nome de pessoa física.
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Contate o seu gerente de conta e peça que o conecte com o gerente de negócios internacionais, para saber as condições em que sua empresa poderá fazer a operação de pagamento ao exterior. Como opção, há as casas de câmbio que acabam sendo facilitadoras da operação, com taxas atrativas e menos burocracia no atendimento do dia a dia.
O Radar, que á a habitação de importação e exportação, está entre as primeiras ações que a empresa deve tomar se deseja iniciar as operações de importação. Sem o Radar, a futura empresa importadora consegue fazer o pagamento ao seu fornecedor, já que o banco não exige o Radar para fazer a operação.
Nesse caso de pagamento antes de ter o Radar ativo, se por algum motivo a Receita Federal não o conceder, a empresa deverá optar por outros meios como a utilização de outra empresa ou Trading Company. Contudo, como o pagamento já foi realizado por outra empresa, dificuldades futuras podem surgir com o banco e demais órgãos anuentes do Comércio Exterior Brasileiro.
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Um dos principais erros ao exportar e importar é esquecer da Habilitação de Radar. Por isso, faça um planejamento de importação, incluindo a atividade de solicitação de Radar logo após a visualização da viabilidade de importação, porém antes de fechar negócio com fornecedores no exterior. O tempo para aguardar o deferimento do Radar pode variar de alguns dias (Radar Expresso) para algumas semanas ou meses (Radar Limitado e Ilimitado). Portanto, planejamento é essencial.
O importador ansioso, em uma viagem de negócios internacionais, aproveitando da disponibilidade de dinheiro em espécie, realiza o pagamento ao fornecedor em feira ou na visita à fábrica. Muitas vezes a intenção não foi de obter vantagem na redução dos valores mencionados no documento de embarque, mas é por simples comodidade do momento.
Caso isso aconteça, todo o registro do processo de importação deverá seguir instruções específicas, até mesmo com a utilização da opção SEM COBERTURA CAMBIAL.
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Faça o pagamento em espécie apenas para situações que envolvam pequenos montantes, por exemplo, se a finalidade for para amostras. Nunca faça o pagamento em espécie para importações formais (aquelas com registro no Siscomex – sistema da Receita Federal). Lembrando que o viajante brasileiro só pode portar o valor máximo de US$ 10 mil em espécie.
Outros grandes erros ao exportar e importar acontecem no pagamento. São poucas a moedas conversíveis no mundo, ou seja, aquelas aceitas globalmente. O dólar, euro e libra são algumas delas. Em algumas situações, por inexperiência ou descuido do importador e do fornecedor, acabam mencionado uma moeda diferente da negociada, nos documentos que instruirão o fechamento de câmbio no banco (pagamento ao fornecedor).
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Sempre faça uma dupla conferência de todas as informações nos documentos de fechamento de câmbio (Proforma ou Invoice), antes de efetivar o pagamento. Confira o extrato de sua conta quando do débito dos valores para que não tenha surpresas negativas.
A maioria dos processos de importação demandará o pagamento de fornecedores no exterior. Essa operação é feita via banco ou casa de câmbio. Para cada remessa, o banco cobrará um valor fixo por contrato de câmbio, que é o documento que oficializa o envio de moedas para o exterior.
O importador por não ter muita familiaridade com a operação, acaba aceitando as taxas passadas pelo banco, o que resulta é um custo fixo alto para os processos de importação, principalmente para embarques de pequenos valores.
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Utilize as operações de importação como fechamento de câmbio e financiamento de importação como uma moeda de troca com o banco. Para o gerente de sua conta, assim como o gerente internacional, é importante vender esse tipo de serviço para bater as “metas de venda”. Portanto, barganhe melhores valores. Na pior das hipóteses, faça a operação por uma casa de câmbio que cobrará algo em torno de US$ 40,00.
Em algumas importações com prazo de produção e valor de mercadorias baixos(aproximadamente, de 7 a 15 dias) e a forma de pagamento com uma parcela antecipada (antes da produção) e outra à vista (quando a mercadoria estiver pronta), o importador precisa se perguntar se vale a pena fazer dois pagamentos ao fornecedor, carregando o custo de dois contratos de câmbio, ou se faz uma única remessa, diminuindo o custo pela metade.
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Tome uma decisão levando em consideração a disponibilidade de caixa e a variação da moeda estrangeira. Caso tenha caixa disponível e a não haja uma perspectiva de variação brusca da moeda estrangeira para as próximas semanas, faça uma única remessa. Caso contrário, aguarde o melhor momento para fazer os pagamentos.
Ainda nos dias de hoje ocorrem erros ao exportar e importar, como casos de importadores que são surpreendidos pela diferença de qualidade ou quantidade dos produtos recebidos do exterior. Muitas vezes por desconhecimento, falta de indicação da necessidade de contratação do serviço pelo prestador de serviço (despachante aduaneiro/Trading Company), excesso de confiança no fornecedor ou por simplesmente querer evitar um custo extra, o importador toma a decisão de embarcar as mercadorias sem uma verificação prévia ao embarque.
Note que nesses casos, apenas o bom senso do fornecedor poderá resolver o problema do importador. O seguro internacional não cobrirá esse tipo de situação.
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Para as primeiras compras com novos fornecedores, importação de produtos com especificações técnicas bem definidas e para novos produtos, recomenda-se a utilização de uma inspeção prévia ao embarque. Ela pode ser feita por profissional liberal, empresa brasileira localizada no país de origem e por empresa de reconhecimento internacional como, por exemplo, SGS e Bureau Veritas. O valor do serviço muitas vezes é apenas um percentual do total envolvido na importação. Vale a pena a fim de ter uma segurança adicional sobre a operação.
Uma das grandes armadilhas de um processo de compra e venda internacional é achar que a utilização de Carta de Crédito (L/C) garante o recebimento de mercadorias e de pagamento. O banco cuida apenas de documentos, não tendo contato com as mercadorias. Caso o exportador apresente os documentos de acordo com as condições solicitadas pela Carta de Crédito, o banco será obrigado a pagá-lo (à vista ou a prazo, de acordo com o negociado). Portanto, em um processo de Carta de Crédito é essencial que tanto o importador quanto o exportador incluam cláusulas que lhes deem mais garantias no processo.
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Em todo processo com Carta de Crédito o exportador deve verificar se consegue cumprir com todas as exigências, inclusive documental para que possa receber o pagamento em boa ordem. Por sua vez, para que o importador possa receber as mercadorias na quantidade e qualidade negociada, deverá incluir uma cláusula de inspeção pré-embarque. Uma empresa de reconhecimento internacional (SGS, Cotecnae Bureau Veritas são alguns exemplos), deverá ser contratada para efetuar o serviço.
A literatura de comércio internacional sobre erros ao exportar e importar traz a carta de crédito como forma de pagamento mais seguro para o exportador e importador, porém essa pode ser uma armadilha. A operação de carta de crédito, de forma simplificada, é aquela onde um importador solicita a um banco que lhe conceda um crédito e esse garantirá o pagamento da operação ao exportador, caso o importador não o cumpra. Para isso, basta o exportador apresentar ao Banco Emissor ou Confirmador os documentos de exportação sem discrepâncias.
Notem que o banco não tem acesso à mercadoria e se responsabiliza apenas pelo exame documental da operação. Sendo assim, o importador estará totalmente descoberto, caso o exportador apresente a documentação em boa ordem ao banco e embarque qualquer coisa, além do que foi negociado. Nessa situação, o banco fará o pagamento ao exportador e cobrará a dívida do importador.
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Em qualquer caso de operação com carta de crédito, recomendamos a contratação de uma inspeção pré-embarque que poderá ser realizada por empresa reconhecida internacionalmente ou por profissional liberal.
É natural que exportadores se empolguem com suas vendas ao exterior. No momento do fechamento do pedido, caso haja a utilização de carta de crédito, o departamento comercial e administrativo de exportação deverá estar bem alinhado para que assumam compromisso que não poderão cumprir.
As exigências de uma carta de crédito vão desde a quantidade de documentos e descrição exata da mercadoria, até a proibição de embarques parciais.
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Antes de confirmar uma carta de crédito, o exportador deverá fazer uma análise minuciosa junto aos seus profissionais e aos prestadores de serviço (despachante e/ou empresa de consultoria). Caso não estejam de acordo com alguma cláusula, solicite alteração imediata ao importador. mudanças posteriores à abertura da carta de crédito acarretarão custos e atrasos, além de possível mal-estar com seu cliente no exterior.
Um dos pontos mais importantes, e onde ocorrem muito erros ao exportar e importar, em uma operação com carta de crédito é a data e local de apresentação da documentação original. Caso o local de confirmação seja um banco no exterior, o exportador poderá perder o controle da entrega dos documentos originais do embarque, ficando assim sujeito ao não cumprimento da carta de crédito e por consequência ao não recebimento do valor da operação.
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O exportador deverá sempre pedir a confirmação de crédito de um banco localizado em seu país. Lembrando que agências de um mesmo banco em países diferentes são considerados bancos distintos.
Por falta de conhecimento ou de planejamento, muitos exportadores e importadores embarcam suas mercadorias sem a cobertura de seguro internacional. Apesar de alguns elos da cadeia logística possuírem seguro (transportadora nacional, por exemplo), é essencial que a operação de compra e venda internacional esteja respaldada por seguro com cobertura porta a porta.
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Sempre contratar seguro internacional, mesmo para pequenas importações. O custo do seguro é muito baixo perto dos riscos envolvidos na movimentação de qualquer carga internacional. Busque opções de seguradoras e contratação de seguro até mesmo por meio dos parceiros logísticos como agente de carga. Solicite sempre a apólice de seguro após o embarque.
A importação de qualquer produto que contenha marca comercial sem o consentimento do fabricante ou do real detentor da marca, poderá ser uma dor de cabeça para o importador. Não importa se estamos falando de produtos de marcas famosas ou não.
Apesar do controle de importação de produtos de marca não ser a preocupação principal da Receita Federal, essa poderá exigir documentos que comprovem o vínculo comercial entre o exportador e importador e caso identifique representante exclusivo no Brasil, poderá pedir a sua manifestação formal em caso de importação de produtos de sua representação.
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Buscar negociar a importação diretamente com o fabricante ou distribuidor oficial. Desconfiar de empresas que se dizem representantes de marcas, sem que ofereçam documentos que comprovem o vínculo com o fabricante. Em muitos casos, uma simples consulta ao site oficial do fabricante poderá indicar quem são as empresas que as representam oficialmente.
Se você chegou até o final desse post, esperamos que tenha aproveitado algumas das dicas acima. O que queremos com isso é economizar seu tempo, esforços e dinheiro.
Sempre busque o conhecimento para tomar as melhores decisões em seus processos de importação e exportação.
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Conselho do especialista: aprenda com o erro dos outros e pague pela a experiência daqueles que conheçam bem os processos de importação e exportação.
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