Em outro post já trouxemos alguns dos desafios e oportunidades da importação para o Departamento de Compras, assim como também falamos sobre a importância do comprador no processo de importação.
Nesse post iremos dar detalhes em cada uma das etapas do processo de compras e como a importação pode ser usada de forma estratégica pelo Departamento de Compras.
Como já dito em vários de nossos materiais, enxergamos a importação como uma miniempresa, ou seja, a dinâmica de compra internacional acaba envolvendo todos os setores de uma empresa – sem exceção.
O que você encontrará nesse post:
O mercado fornecedor brasileiro apesar de ser grande ainda é falho em vários pontos e é justamente aí que a importação de forma estratégica pode ser uma ferramenta poderosa no dia a dia do Departamento de Compras.
Podemos citar como principais dificuldade do mercado interno ao fornecedor matérias-primas, bens intermediários e bens acabados, os seguintes pontos:
Esses são apenas alguns dos fatores que devem ser administrados pelo Departamento de Compras.
Olharemos a importação por um ângulo das soluções para esses problemas. Para cada ponto mencionado acima, traremos ações concretas para tornar a dificuldade em oportunidade.
Uma das primeiras oportunidades que a importação de forma estratégica traz é a personalização do produto importado junto ao fornecedor internacional.
Muitas empresas lá fora oferecem as oportunidades com:
Isso traz uma flexibilidade muito grande para o desenvolvimento de estratégias de marcas mais agressivas. O produto já vem pronto para revenda, podendo inclusive ser importado e já direcionado para mais próximo do consumidor final.
A importação de forma estratégica também traz pedidos mínimos, mas o que temos vivenciado recentemente é a grande oportunidade de importar um mix maior do mesmo importador, fazendo diminuir, dessa maneira, o pedido mínimo por tipo de produto.
Dizemos que trocamos o pedido mínimo por item por um pedido de compra maior. Na importação tudo é negociável. Basta encontrar o fornecedor ideal que atenda às necessidades do importador brasileiro.
Como dito anteriormente, uma grande parte dos fornecedores internacionais permitem a produção de produto com a marca própria do importador. Em algumas situações, essa produção com a marca própria será condicionada às seguintes situações:
A qualidade das impressões é altíssima, superando as encontradas no mercado interno.
O mercado interno tem feito um movimento de diminuição dos prazos de pagamento, o que tem afetado diretamente o fluxo de caixa de muitas empresas. A importação de forma estratégica, apesar de em muitos casos demandar pagamentos antecipados, também oferece ferramentas que resguardam o fornecedor a oferecer prazos de pagamentos até mesmo superiores a 180 dias.
O fornecedor estrangeiro tem à sua disposição algumas ferramentas como:
Tanto o mercado interno quanto o externo estão sujeitos a atrasos. A questão está em como os fornecedores têm trabalhado para minimizar os riscos de atrasos.
Na importação de forma estratégica, se considerarmos que temos muito mais etapas que uma compra no mercado interno, costumamos dizer que temos muita mais oportunidade também de fazer uma boa gestão dos prazos a cada etapa da cadeia de produção e logística internacional. Para isso, o importador precisa:
São pequenas decisões ao longo de cada etapa da cadeia logística internacional que farão a diferença no final em uma importação de forma estratégica.
É sempre recomendado também que se estabeleça cenários moderados de prazos para que a operação tenha tempo hábil para realizar a compra internacional.
Essa é uma das grandes reclamações da indústria nacional. Certamente um lote que chega fora dos padrões pode e deve ser devolvido ao fornecedor local. Mas o fato é que a energia e tempo que demanda, além de potenciais atrasos na produção, são efeitos negativos da falta de padronização que inevitavelmente serão gerados.
A importação, quando feita da forma correta, traz à empresa nacional uma garantia e tranquilidade maior quanto ao cumprimento das normas de padronização.
Isso acontece pelo simples fato de os fornecedores internacionais estarem inseridos em cadeias de fornecimento globais que seguem altos padrões internacionais de qualidade, pois são empresas que fazem negócios com outras corporações dos EUA, Japão e Europa.
Qualidade está muito ligada também ao cumprimento da padronização não só do produto, mas também do fluxo de informação e documental.
A importação oferece um cenário positivo para a utilização das seguintes ferramentas de garantia da qualidade:
Todas essas são ferramentas que devem ser utilizadas de forma sábia e equilibrada, de acordo com cada negociação de importação. Nem sempre todas elas serão utilizadas ao mesmo tempo, mesmo porque isso implica em custos adicionais. Mas a utilização equilibrada traz ao processo de importação à segurança quanto a qualidade dos produtos negociados, produzidos e embarcados.
Temos visto recentemente até mesmo corporações outrora sólidas, tendo dificuldades de solvência financeira.
Quando falamos de importação, também temos riscos como esse e outros como riscos políticos e econômicos, mas se partirmos do princípio de que estamos buscando fornecedores de referência mundial que fazem negócios com diversificados mercados, podemos acreditar que essas empresas tenham seus riscos diluídos.
Na importação podemos utilizar ferramentas de consulta à saúde financeira dos fornecedores e demais relatórios que darão indicativos necessários para se fazer uma análise detalhada de com quem estamos fazendo negócio.
Eis aqui algo que tem trazido muito dor de cabeça aos compradores, a flutuação de preços. Muitas vezes essa situação pressiona o comprador e fechar lotes maiores, trazendo dificuldades para o fluxo de caixa da empresa e aumentando os níveis de estoque.
A importação apresenta algo interessante. Como boa parte do pagamento é feita de forma antecipada, quando já pagamos o valor correspondente aos produtos na origem, automaticamente estamos definindo o custo dessa parte em reais.
O que ficará em aberto são os custos logísticos e impostos que dependerão das cotações da moeda nas devidas datas de pagamento.
Com isso, a importação apresenta a grande oportunidade de fazermos programações de compra, cravando dessa forma os custos com os fornecedores. Não necessariamente precisaremos movimentar os lotes de importação, o que demandará um planejamento logístico na origem e no Brasil.
O Departamento de Compras pode enxergar a importação como um aliado ou como um inimigo. Isso vai depender muito:
Se olhar o Departamento de Importação como concorrente, trará ao ambiente da empresa, um dia a dia pesado, pois não haverá cooperação entre os departamentos. A divisão ficará muito clara entre compras internas e externas. E isso faz com que a empresa como um todo, perca.
Por outro lado, quando há um trabalho conjunto entre Compras e Importação, necessariamente haverá um único processo de compras, resultando em ganhos significativos para os departamentos e para a empresa. Dizemos isso, pois a importação passa a ser:
Com o acesso uma maior base de fornecedores, automaticamente o comprador vai poder ter mais opções de negociações e literalmente terá um mundo de oportunidades ao seu alcance.
Não mais dependerá apenas do mercado interno e poderá ter acesso a outras ferramentas somente acessíveis a importação, tais como:
A importação pode ser uma extensão do Departamento de Compras, mas é importante que os papéis de cada profissional estejam bem definidos.
Há muitas formas de se medir o desempenho de uma importação, mas vamos focar em alguns deles que uma vez bem medidos, darão as informações necessárias para um processo de melhoria contínua e atingimento das metas com a importação.
Dividiremos os indicadores em duas fases sendo: desenvolvimento e validação de produto e embarque de importação.
Indicadores de performance – Desenvolvimento e validação de produto
Na fase de desenvolvimento e validação de produtos, que é a etapa inicial de qualquer projeto de importação, temos como principais indicadores:
Outros indicadores podem ser utilizados como: custo, qualidade do produto, conhecimento da marca, certificações, localização entre outros.
Indicadores de performance – Embarque de importação
Por sua vez, os melhores indicadores na fase de embarque de importação que começa após a validação da amostra e início da produção até a chegada das mercadorias no local do importador, são:
O cumprimento desses 4 indicadores, permitirão ao importador um bom desempenho de um embarque de importação. A questão principal é como controlar esses pontos. E isso será discutido no próximo tópico desse post.
Há uma frase famosa no mundo dos negócios que diz: “aquilo que não se controla, não se melhora”. Portanto, o controle é a chave para a melhoria.
Partiremos dos indicadores de performance indicados acima na fase de embarque para demonstrarmos algumas formas eficazes de controle.
Custo realizado x custo projetado
São poucos os importadores que dominam a arte de projetar custos de importação e por custos não estamos falando da simples matemática dos 100% a mais de custos logísticos e com impostos. Estamos falando sobre o cálculo apurado de um custo de importação, baseado na configuração da carga – origem e destino, peso bruto, cubagem, tipo e valor da carga, modal de transporte e classificação fiscal).
A melhor forma de controlar algo é conhecer a fundo o assunto. Não tem outro jeito de controlar custos sem conhecê-los em detalhes. Nesse sentido o importador tem duas opções para pré-visualização de custos na importação:
Com relação aos custos de importação, sempre compare de forma macro e de forma micro em cada custo.
Atenção especial deve ser dada aos seguintes pontos:
Juntamente com a projeção de custos, recomendamos que seja feita uma projeção de prazos na importação. Abaixo destacamos os principais prazos:
A soma total desses prazos resultará no prazo total da importação.
Atenção especial devem ser dadas à organização de coleta na origem e de liberação aduaneira. Para isso, recomendamos algumas ferramentas para monitoramento dos prazos.
Todo o qualquer desvio do planejado deverá ter uma ação imediata por parte da empresa importadora e é nesse momento que a experiência com os processos de importação é importante.
A qualidade do produto pode e deve ser verificada nas seguintes etapas de um projeto e embarque de importação de forma estratégica:
Normalmente o importador utiliza as seguintes ferramentas para a validação da qualidade dos produtos:
Independentemente da ferramenta utilizada, é extremamente importante que o importador valide a qualidade dos produtos na origem e não na chegada na fábrica. Isso, pois, a devolução de produtos com falta de qualidade é um processo muito burocrático e custoso.
Vale a pena fazer certo da primeira vez e muitas vezes ter um custo adicional com a validação da qualidade do que o custo da NÃO qualidade.
Costumamos dizer que importação e a movimentação de mercadoria, mas também de documentos e informações.
Se uma importação chega fisicamente no Brasil (ou qualquer outro país do mundo), mas os documentos e informações estão discrepantes, o importador terá dificuldade na liberação das mercadorias.
Por isso, que a conferência documental é extremamente importante em um processo de importação.
Trabalhar com informações de forma antecipada possibilita que o importador valide as mesmas e que face um double check, principalmente com relação a (ao):
Inclusive a discrepância documental trará custos adicionais não somente com o aumento da armazenagem, mas também com possíveis multas aplicadas pela Receita Federal.
Como o Grupo IB pode ajudar nas suas negociações de compras internacionais
Nós do Grupo IB, podemos ajudar sua empresa por meio de nossos braços especializados, com as seguintes ações:
IBSolutions (Consultoria e Gestão)
IBTrading (Desenvolvimento de produtos e fornecedores)
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