10 maiores obstáculos na importação

Como em toda área de nossas vidas, para avançarmos a novos níveis, deveremos passar por obstáculos que poderão ser pequenos ou gigantes, dependendo da forma que os enxergamos. Obstáculos na importação podem e devem ser vistos como trampolins, como combustível para o crescimento das empresas. E nada melhor do que operações do comércio internacional – importação e exportação – para nos dar a grande oportunidade de crescimento, tanto empresarial (da empresa como um todo) como profissional.

Muitos importadores desistem logo antes de passar pelas primeiras pedras no caminho. Como seres humanos, temos a tendência de seguir pelo caminho conhecido, controlado e mais curto. Nesse sentido, deixam de alcançar os picos das montanhas mais altas que trazem as melhores oportunidades comerciais.

Já imaginou ter o mundo – literalmente – à sua disposição? Comprar em qualquer lugar do mundo? Buscar novas tecnologias e novos produtos? Melhorar custos e prazos?

Nesse post falaremos especificamente sobre os 10 maiores obstáculos na importação para uma empresa brasileira importar. Logicamente que pode variar de empresa para empresa, mas nossa experiência nos indica que qualquer empresa irá identificar ao menos 6 ou 7 dessas dificuldades em seu dia a dia.

No processo de desenvolvimento haverá vários obstáculos na importação que deverão ser superados. Entre eles, destacamos:

Falta de informação

Na importação, informação nunca é demais. O importador tem que estar atento a todas as regras de importação. Na falta de informações ao longo do processo, principalmente aquelas discriminadas nos documentos de importação, o importador poderá ser penalizado com multas e atrasos na liberação alfandegária. A falta de informação ou informações divergentes é uma das maiores causas de atraso nas liberações de importações no Brasil sendo um dos obstáculos na importação.

Nunca é demais a importação no comércio internacional. Caso sua empresa não tenha um histórico de importação que tenha possibilitado desenvolver um conhecimento interno com a importação, poderá contar com empresa ou profissional especializado.

O próprio fornecedor muitas vezes é uma grande fonte de informação por ser conhecedor do produto e muitas vezes até mesmo das exigências documentais do Brasil, por às vezes já exportar para o nosso país.

Falta de apoio estratégico de prestadores de serviço

Nem sempre são oferecidas ao importador as melhores opções logísticas para o processo de importação. A ação de uma empresa de consultoria ou um profissional de comércio exterior, por exemplo, poderá fazer toda a diferença no sucesso ou fracasso da importação.

Como dizemos, importar é fácil, o difícil é importar da forma certa. O segredo de uma importação não está se trará a mercadoria por via aérea ou marítima ou se o custo dobra ou triplica. O segredo de uma importação é estar cercado por pessoas que estão dispostas a compartilhar aquilo que tem de mais valioso que é a expertise de determinado serviço ao longo da cadeia logística internacional.

Sempre questione sobre opções de operações logística, financeira, cambial, tributária e fiscal. O importador sempre deverá trabalhar de forma antecipada com as informações para criar um plano B, caso a importação não saia como planejada.

Pedidos mínimos

Importar é quase sempre um ótimo negócio. Entretanto, para que possa ter acesso a preços competitivos e demais condições favoráveis ao embarque, o importador deverá oferecer um pedido mínimo. Esta prática é amplamente utilizada por fornecedores, principalmente asiáticos.

A quantidade mínima normalmente está ligada ao tipo de produto como aço, por exemplo. Entretanto, hoje há ferramentas e ações logísticas na origem e destino que podem ajudar no embarque de quantidade menores.

Mesmo que o fornecedor não imponha um pedido mínimo, os custos fixos e mínimos de importação muitas vezes inviabilizam a importação. Nesse sentido, o importador precisa achar maneiras de embarcar quantidades maiores, o que às vezes também acaba por comprometer demais o fluxo de caixa da empresa.

A utilização de ferramentas como consolidação de carga do mesmo importador – embarque de mercadorias de mais de um fornecedor – e utilização de retirada parcial em Porto Seco no Brasil podem ser soluções interessantes para a administração dos lotes de importação. 

Capital para investimento

Importação é sinônimo de antecipação de valores que são utilizados para pagamento do fornecedor, de impostos e custos logísticos. Normalmente quando o importador recebe a mercadoria em seu estabelecimento, já antecipou 100% de todos os custos da importação. Este prazo fica maior ainda se considerarmos que em muitas situações, ele ainda concederá um prazo de pagamento para os seus clientes.

Entretanto, há ferramentas interessantes que podem ser utilizadas para que a empresa não prejudique seu fluxo de caixa.

Uma das principais é o Finimp que é o financiamento de importação – de mercadoria, impostos e custos logísticos. Nesse caso a dívida do importador continua em dólar, mas ele passa a ter um prazo de pagamento, o que permite que importe, produza e venda, antes de ter necessidade de desembolsar qualquer valor na importação.

Outra ferramenta é o pagamento proporcional de impostos quando a mercadoria já está no Brasil. O importador não precisa necessariamente pagar impostos de todo o lote importado. Nesse caso, ele envia as mercadorias para um Porto Seco – armazém da Receita Federal longe dos (aero) portos e pontos de fronteira – e paga os impostos referentes à quantidade que irá precisar. O demais lote fica armazenado nesse local com a guarda da Receita Federal.

Tempo do processo

Mesmo utilizando modais de transporte como o aéreo, os pedidos de importação normalmente são maiores que os pedidos do mercado interno. Além do tempo de produção e viagem do país de origem ao país de destino, ainda há os atrasos na liberação das mercadorias na Receita Federal no Brasil.

Saber lidar com prazos na importação é uma das chaves de uma importação. Uma vez que o importador entenda os prazos e consiga fazer um planejamento, os benefícios da importação como redução de custo, garantia de qualidade, e acesso a novas tecnologias serão bem mais perceptíveis, pois estará dentro da expectativa de prazo do importador.

Legislação

Há no Brasil várias fontes de legislação que ditam as regras para a importação. É praticamente impossível que o importador ou até mesmo o despachante aduaneiro estejam atualizados com todas as leis e normas que regem a importação e isso pode ser um dos obstáculos na importação.

Portanto, se faz necessário que o importador comece a respirar a importação e a trazer o conhecimento para dentro da empresa. Com o andar dos processos, ficará muito mais nítida quais são as regras do jogo da importação.

Não recomendamos que o importador saia lendo as legislações ou fazendo curso, pois levará muito tempo e provavelmente sairá com mais dúvida do que quando anteriormente. Conte sempre com uma empresa ou profissional da área. Esse investimento fará você economizar muito tempo e evitar dores de cabeça.

Impostos

Como praxe há cinco impostos incidentes na importação brasileira. São eles: II, IPI, PIS, COFINS e ICMS. Alguns impostos são calculados tendo como base de cálculo outros impostos como o IPI que é calculado em cima do II. No final o percentual de impostos incidentes na importação é consideravelmente alto.

É possível consultar os percentuais de qualquer produto a ser importado. Uma das ferramentas é o simulador da Receita Federal que traz todos os impostos, com exceção do ICMS que é estadual.

http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/BuscaNCM.jsp

Normalmente empresas de consultoria, contador e despachante aduaneiro possuem programas que trazem as alíquotas de impostos, além do tratamento administrativo para a importação.

Custos logísticos

O nosso famoso Custo Brasil está presente mais do que nunca nos processos de importação. Entender cada custo faz com que seja possível buscar alternativas que viabilizem os embarques de importação. Saiba que existem custos fixos e mínimos que impactam diretamente o custo final de importação.

Projete cenários de custos de importação para diferentes cenários de quantidade, dólar e logística. Explore os números e busque o melhor equilíbrio entre o valor investido e o custo final em reais, o que chamamos de lote econômico.

Desenvolva parcerias com prestadores de serviço que vão muito além do vender um serviço. Conte com aqueles que pensem a importação com você, buscando sempre as melhores opções de custo e nível de serviço.

Falta de planejamento

Importar é planejar, controlar e corrigir distorções. Sem planejamento a chance de erros no projeto de importação é grande. Planeje desde o que importar, como importar até para quem vender. Estude a concorrência e aprenda com seus erros e acertos.

O importador tem a oportunidade de desenvolver planejamento nas seguintes áreas:

• Logística
• Financeiro
• Contabilidade
• Fiscal e tributário
• Compras

Planejar é estar um passo na frente. Monte um pequeno plano de negócio.

Falta de apoio dos órgãos governamentais

Dificuldade na obtenção de informação sobre procedimentos de importação, além da burocracia e tempo de resposta, essa é um dos grandes obstáculos na importação brasileira.

Mas a boa notícia é a seguinte: se é difícil para você, será difícil para o seu concorrente também. Não se apequene com a falta de apoio do governo. Levante a cabeça e como já é feito no mercado interno, lute e conquiste.

Conselho do especialista: conheça os obstáculos na importação, mas foque nas formas de passar por cima deles. Levante a cabeça, busque informação, questione, erre rápido e acerte mais rápido ainda.